RESUMO - UMA HISTÓRIA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO PELA TOPONÍMIA NO SEGUNDO GOVERNO DE JOAQUIM FERREIRA CHAVES (RIO GRANDE DO NORTE, 1914-1920)
Anderson Dantas da Silva Brito*
*UFOB - E-mail: andersondsb16@yahoo.com.br
Este trabalho objetiva apresentar uma cultura política com influência nos processos nominativos dos grupos escolares do Rio Grande do Norte criados a partir de 1914, quando Joaquim Ferreira Chaves assumiu novamente o governo do Estado e logo em seguida rompeu com a liderança dos Albuquerque Maranhão, encerrando um ciclo de poderes na esfera estadual também visibilizado por parte dos objeto central dessa nossa análise – a política toponimizadora sobre aquelas instituições escolares. Nesse momento da ascensão de Joaquim Ferreira Chaves à liderança estadual, apesar de verificarmos a continuidade do hábito de homenagear lideranças locais, também verificamos a necessidade de articulação com o cenário político nacional, evidenciada na edificação de um imaginário pelo enobrecimento nominativo de sujeitos que tiveram vultosa representação neste raio mais amplo. Ao mesmo tempo foi deflagrado um processo de silenciamento – ou ao menos de descontinuidade – do primeiro imaginário toponímico, que reverenciava pelas denominações de espaços públicos a organização familiar Albuquerque Maranhão. Ofuscar sua memória, esmaecê-la, após deixarem os cobiçados cargos que ocuparam por cerca de duas décadas, não mais lhes concedendo homenagens em topônimos, foi uma forma de descolamento das imagens, anteriormente aderidas, de Ferreira Chaves e daquela organização familiar e política desgastada e de diminuir o espaço de reconhecimento dela junto à população. Essa prática de dividir homenagens para ganhar alianças fazia-se parte da cultura política dos governadores e era também demarcatória das relações de poder na Primeira República. A pesquisa documental centrou-se na legislação educacional do período estudado a partir das análises de Dick (1996); Berstein (1998) e Castoriadis (1982) para compreender um duplo processo de rompimento (político e nominativo) que reverberou nos grupos escolares do Rio Grande do Norte.
Palavras-chave: Cultura Política; História da Educação; Toponímia; Rio Grande do Norte.
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