RESUMO - REVISTA VOZES DE PETRÓPOLIS ENQUANTO MEMÓRIA DOS FRANCISCANOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: POR ENTRE LEITURAS E IMPRESSOS ESCOLARES 1907-2003
Claudino Gilz*
Cleonice Aparecida de Souza
*FAE Centro Universitário - E-mail: claudinogz@bol.com.br
O objeto de estudo do presente artigo é a revista Vozes de Petrópolis, publicada entre 1907 e 2003, uma das fontes primárias privilegiadas pelos pesquisadores da linha de pesquisa Rastros: patrimônio cultural franciscano e educação. Tem como objetivo analisar e disseminar o potencial de uma fonte primária, editada pelo Franciscanos, às pesquisas sobre a memória da presença desses religiosos na história da educação brasileira. No primeiro parágrafo do fascículo que inaugurou as publicações da revista Vozes de Petrópolis em julho de 1907 flagramos aspectos basilares da presente pesquisa. Aspectos basilares inerentes ao modo como a revista Vozes de Petrópolis foi, no período 1907-2003, por entre leituras e impressos escolares, um dos objetos de investigação a respeito da memória dos Franciscanos na educação brasileira. Com foco no impacto e na relevância, seja social, econômica, regional ou nacional, a pesquisa privilegia, por meio da revista Vozes de Petrópolis, as memórias dos Franciscanos na educação brasileira, assim como a proposta de uma leitura civilizadora e de cunho moral proposta ao público. Em face a isso, dialogamos com Thompson (1998) que propõe um método de produção do conhecimento histórico, ou seja, a lógica histórica na qual a teoria é uma ferramenta exploratória do real e pressupõe um diálogo entre conceito e evidência do objeto da investigação. Situamos também as fontes documentais da revista Vozes de Petrópolis no esteio das contribuições histórico-sociais de Benjamin (2012), da história da leitura com Chartier (1990 e 2002) e de Darnton (1992 e 2010), da presença dos Franciscanos na história da educação brasileira com Röwer (1947) e com Sinzig (1910), entre outros. As fontes documentais pesquisadas revelaram um conjunto de interesses dos Franciscanos em ampliar os locais educativos confessionais, assim como os cidadãos brasileiros escolarizados, principalmente, nas primeiras décadas do início do século XX. Interesses esses atravessadas por tensões, disputas e conflitos oriundos dos processos que levaram à laicização da educação no Brasil propostos pelos republicanos. Os resultados atentam para algumas das estratégias editoriais encampadas pelos Franciscanos a contrapelo de produções literárias e escolares não alinhadas às prerrogativas da Igreja Católica do período.
Palavras-chave: História da Educação Brasileira. Impressos escolares. Franciscanos. Vozes de Petrópolis. Leitura.
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ResponderExcluirSaudações. Gostei muito do seu trabalho. Normalmente, não vejo em eventos acadêmicos e outros meios a discussão sobre a relação da Ordem dos Franciscanos e sua atuação e ideário educacional. Fiquei impressionado com a duração de publicação do periódico estudado por vocês. Tenho alguns questionamentos e ficaria muito feliz se pudessem, por favor, respondê-los.
ResponderExcluirSendo um periódico com um período tão grande de publicação, quais foram as dificuldades encontradas para catalogar as suas edições, textos e autores?
Foi possível identificar durante a pesquisa disputas ou tensões entre os franciscanos e outras ordens católicas no campo educacional?
Existe algum projeto para conservar esse periódico ou até mesmo digitaliza-lo?
Arthur Beserra de Melo
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ExcluirGrato, Arthur, por suas perguntas. Considerando que a coleção completa de fascículos do periódico é uma ampla fonte de pesquisa e, nesse sentido, tentamos flagrar na presente pesquisa, dentre vários aspectos possíveis, as memórias dos Franciscanos na educação brasileira. Não era o objetivo principal nesta pesquisa catalogar seus fascículos, textos e autores, o que pode vir a ser investigado nas pesquisas a seguir sobre o referido periódico.
ExcluirCom relação à segunda pergunta, sim, de modo especial entre os propositores do ensino laico (republicanos) e a Igreja Católica apoiada pelos Franciscanos.
ExcluirCom relação à terceira pergunta há, sim, um projeto futuro de digitalização visando a preservação da memória, da história e até mesmo parte da identidade dos Franciscanos na educação brasileira.
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