RESUMO - REPRODUZIR, MAS LUTAR! VIVÊNCIAS NECESSÁRIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Cassiano Quinino de Medeiros Figueirêdo*
*UFCG - E-mail: cquinino@gmail.com

O presente artigo é elaborado a partir da real necessidade de se buscar produzir ciência com base nas experiências compartilhadas por aqueles que transitam, ao mesmo tempo, por ambientes de instituições de educação básica, notadamente, como docentes de Ensino Médio e, como discentes da educação superior. O conhecimento adquirido e partilhado em ambos os espaços decorrente do intercâmbio das experiências proporcionadas pela dinâmica cotidiana de participação da sala de aula, como docente no Ensino Médio e, como discente, no Mestrado Profissional em Sociologia, tem possibilitado a este pesquisador um aperfeiçoamento da maneira de pensar e ver esses dois mundos que se inter-relacionam. Assim, o artigo trata de algumas vivências intrínsecas à educação básica, precisamente, dos contextos educacionais de reprodução do interesse estatal por meio da política educacional, assim como, da opositora e necessária luta docente através de práticas pedagógicas e sociais, que devem ser uma vivência comum no cotidiano escolar. Portanto, objetiva despertar a atenção do leitor, por um lado, para a inconteste reprodução dos interesses do Estado, por meio da execução de um programa educacional que é obrigatoriamente seguido pelos educadores e, por outro lado, para a necessidade do docente de reconhecer-se como reprodutor, mas, também, concomitantemente, como um agente de combate desse mecanismo estatal. Como metodologia, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da revisão de literatura baseada em: Corrêa (2006), Freire (2016), Geertz (2017), Illich (1990), Kassick (2004), Mills (2009) e Sacristán (2000).  Inicialmente é apresentada uma prática pedagógica onde se pretendeu estimular, por meio da produção de artigos e consequente produção de um livro, dentre outros, o desenvolvimento do senso crítico nos alunos. Nesse sentido, como docente consciente do papel de reprodutor do interesse estatal, a fim de tentar coibir essa reprodução, construiu, ou ao menos, buscou meios de tentar estimular o desenvolvimento da referida habilidade. Por conseguinte, expõe sobre o fato, muitas vezes despercebido por professores, da reprodução dos interesses do Estado, que é manifestada nas próprias práticas docentes, dentre outras, por meio do cumprimento de um currículo que é previamente estabelecido, assim como, à subserviência a um conjunto normativo que dita todos os procedimentos relacionados à educação escolar. Posteriormente, retoma a ideia da experiência pedagógica relatada como um instrumento de luta contra este tão poderoso e algoz adversário – o Estado. Por fim, demonstra o quão importante e pertinente é o trabalho de luta do docente pelo estímulo ao pensamento crítico frente às imposições colocadas por este ente soberano.

Palavras-chave: Reprodução. Luta. Mudança. Educação. Crítica.

Comentários

  1. Kelvin Oliveira do Prado23/08/2020, 00:59

    O espaço escolar, como posto no texto, pode ser de reprodução, mas também de resistências frente aos aspectos reprodutivos e conformadores, além de serem locais de possíveis mudanças, com a inclusão de certos espectros sociais, como estas duas forças podem atuar? Elas podem se coadunar? Além do mais, como lidar com saberes "necessários" aos sujeitos, o capital cultural das "elites", mas que podem acabar levando-os a serem conformadores desta estrutura social?

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    1. Cassiano Quinino de Medeiros Figueirêdo24/08/2020, 12:37

      Olá Kelvin, obrigado pela interação,

      Compreendo que independentemente das intenções docente, por mais progressistas e libertadora que sejam, no que tange o trabalho que deve executar, termina, de alguma maneira, por reproduzir, afinal, obrigatoriamente deve atender às imposições estatais (legais). Todavia, o coadunar não necessariamente precisa significar obediência e acriticidade. É preciso combater o bom combate, neste caso, utilizar das ferramentas que dispõe para tentar descontruir essa logica reprodutivista, como? Pode até parecer clichê, mas o professor, continuadamente, deve buscar, com base no conhecimento prévio do mundo ao qual está inserido, idealizar/construir a metodologia adequada, por meio de estratégias que dialoguem com essa realidade, com o objetivo de proporcionar aos estudantes o desenvolvimento do senso crítico e uma real intervenção no mundo social. É possível. Para além do exemplo que apresento no resumo e que constará na íntegra do artigo que deverá ser publicado nos anais, indico a leitura do meu TCC do mestrado do PROFSOCIO pela UFCG: “Aprendendo Sociologia no fazer sustentável”, acredito que breve deverá estar disponível para leitura. Iniciei o processo de deposito nesta semana.

      Espero que possa ter contribuído.

      Obrigado!

      Cassiano Quinino de Medeiros Figueirêdo.

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