RESUMO - PROJOVEM CAMPO – SABERES DA TERRA EM MOSSORÓ-RN (2015-2017): UM ESTUDO INTERPRETATIVO DA EVASÃO DE JOVENS E ADULTOS
Fábio Augusto Xavier*
*UFERSA - E-mail: f-augusto@hotmail.com
O presente trabalho é resultado da experiência como professor de Ciências Humanas (História e Geografia) da politica pública do Governo Federal, Projovem Campo – Saberes da terra, ocorrido no município de Mossoró-RN nos anos de 2015 a 2017. Durante o período de funcionamento do projeto, foi notado empiricamente um elevado número de alunos desistente. Após o final do Projovem Campo em 2017, os números solicitados e repassados pela Prefeitura Municipal de Mossoró - Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer (SEMEEL) com a quantidade de alunos desistentes do programa comprovaram a hipótese. De acordo com a (SEMEEL, 2017), 74,5% dos alunos foram excluídos do programa. Somado a isso, a Escola Municipal Professor Maurício de Oliveira, com maior número de matriculados, 98 no total, também obteve o maior número de educando desistente, 37,9%. Em seguida veio: E. M. Ricardo Vieira do Couto com 20,6%; E. M. Dr. José Gonçalves 12,9%; E. M. Sindicalista Antônio Inácio 12,0%; E. M. São Romão 11,6%; E. M. Prof° Necí 4,7%, seis escola da zona rural no total beneficiadas. Desse modo, veio o interesse de compreender o que influenciou a evasão escolar dos ex-estudantes da E. M. Prof° Maurício de Oliveira, situada no Assentamento Eldorado dos Carajás II, distante 38 km de Mossoró, cuja taxa de alunos excluídos do programa foi a maior de todas as escolas. Assim, a pesquisa se debruçou no objetivo de investigar as condições de evasão escolar, a luz das narrativas dos educandos (as). A metodologia para categorizar as histórias de vida dos sujeitos foi baseada na análise de conteúdo (BARDIN, 2011). O levantamento dos relatos foi a partir da entrevista semiestruturada, gravadas e transcritas. Destarte, foram entrevistados 15 ex-alunos (as), 10 homens e 5 mulheres. De acordo com os resultados das narrativas, pôde-se inferir que as categorias: trabalho, dificuldade na didática dos professores, filhos, gravidez, falta de estímulo para estudar, problemas conjugais e mal funcionamento do Projovem Campo foram as principais causas da “fuga” da escola. Portanto, a conclusão do trabalho permitiu afirmar que alunos não se evadem, na verdade são expulsos da escola (FREIRE, 2005). E essa “expulsão” se dar de forma de exclusão da escola e exclusão na escola (FERRARI, 1999), erroneamente chamada de evasão/abandono/desistência. Tal fenômeno pode ser percebido nos depoimentos, pelas quais os sujeitos destacaram suas situações de evasão que influenciaram o êxodo escolar, desencadeando questões estruturais e do contexto no qual os alunos (as) estavam inseridos(as) (MARCHESI, 2004).
Palavras-chave: Projovem Campo; Mossoró; Evasão Escolar.
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