RESUMO - NOTAS DE UM ARQUIVO DE MEMÓRIAS, O PROCESSO FORMATIVO E A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
Louise Carla Siqueira da Silva*
*UFRN - E-mail: louise_carla@hotmail.com
O presente trabalho compreende que a educação se constitui a partir de uma conjuntura complexa. Abarcando família, sociedade, cultura, política e outros fatores, a educação tem papel fundamental na construção dos sujeitos e influencia diretamente sua formação identitária. Me identificando como mulher negra, outrora menina negra numa sociedade estruturalmente racista, cujo a trajetória me fez percorrer espaços (institucionais) formativos historicamente pensados para oprimir seja meu gênero e, ou cor, ao direcionar o olhar mais especificamente para esta opressão última, a partir de minhas experiências formativas em contextos diversos de aprendizagem, fazendo o uso de uma abordagem multirreferencial, o objetivo desse estudo é investigar meu arquivo de memórias para (re)construir uma narrativa e contar através de notas de minhas memórias, minha história de criança, estudante, negra, como foi crescer e desenvolver aprendizados sobre si mesma, sobre identidade e pertencimento numa realidade velada de estigmatização e direitos fragmentados para indivíduos negros. Ora negra, ora “morena”, espaços formativos como escola e a universidade foram lugares de conflitos e confrontos que me apresentaram essa dualidade num só corpo. Assim, junto às notas memoriais próprias, este artigo traz reflexões e problematizações sobre racismo, sua reprodução em espaços formativos, a influência do imaginário social para tal, bem como traz também discussões sobre desdobramentos que envolvem a temática. Para tal, tomou-se como referencial teórico autores como Azoilda Trindade (1994) Silvio de Almeida (2018;2019); Neusa Santos Souza (1983); Florestan Fernandes (1972) entre outros.
Palavras-chave: Educação; História; Racismo.
Louise,
ResponderExcluirComo foi o processo de criar um arquivo sobre suas próprias memórias?
Olá Bruna! Tudo bem? O processo na realidade ainda está em desenvolvimento, o trabalho em tela traz apenas notas recapituladas e revisitadas deste arquivo com o objetivo de iniciar a problematização de experiências silenciadas/interrompidas relacionadas com a temática. Mas, posso dizer que tem sido um misto de instigação e cautela, percorrer itinerários memoriais próprios é desafiador, pois, apesar das conexões estabelecidas e dialogadas com outros autores, trazem parte da minha história, parte de quem sou. Obrigada pela oportunidade de troca.
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