RESUMO - MULHER, PROFESSORA E POETISA: POR UMA ESCRITA DE SI DE ANAYDE BEIRIZ NA PARAÍBA DO SÉCULO XX
Marcondes dos Santos Lima*
*UFPB - E-mail: mcds1@outlook.com
Aqui, pretendemos apreender a trajetória de vida da personagem Anayde Beiriz perscrutando nas fontes da pesquisa, as cenas que permitiram desenhar uma escrita de si. A sua vida deixou marcas na história da Paraíba do início do século XX e, em consequência, foi narrada em poemas, livros, filmes e teatros. A escrita de si é um exercício que não deve ser apreendido como simplesmente a grafia da história de vida de um sujeito. Antes, a autobiografia é uma prática de escrita que parte das experiências do sujeito como um caminho também para a compreensão de questões sociais mais profundas. Dessa forma, a vida de um indivíduo se configura como uma espécie de fio condutor para atingir a totalidade histórica. Segundo Borges (2008), a escrita biográfica, e neste caso a autobiográfica, comporta-se em três dimensões, a saber: aquela em que o narrador não conhece o seu sujeito/objeto; em que o narrador conhece alguém que foi próximo ao biografado e, por fim, em que o narrador participou da experiências do biografado. Pensamos que em nosso caso o texto se enquadra na primeira dimensão. A partir da leitura e análise das fontes coletadas, a saber: Diário de Recordações (1922) de Anayde Beiriz; o filme Paraíba, Mulher Macho (1983); e os periódicos A Imprensa (1915) e Jornal das Moças (1923) e a peça de teatro Anayde (1992), vimos que Anayde começou uma trajetória de menina-adolescente-professora-poetisa-feminista. Ou, nada disso. Era simplesmente Anayde. Um nome que ficou marcado pelos rastros de sua história. Foi no interior das práticas sociais, como a sua participação em diversos acontecimentos culturais e na área educativa da Paraíba, do início do século XX, que Anayde se fez menina apaixonada-mulher-educadora-poetisa-feminista e transgressora da ordem estabelecida. Chegou-se ao entendimento de que termos falado dessa personagem possibilitou compreender a construção de sua identidade e de sua vida, mas pouco sobre a sua prática docente em um tempo e espaço específicos de relações de poder vigente. Trazer a memória dela é contar uma parte da história da Paraíba, das mulheres e das questões das diferenças impostas a este gênero. É reconstruir um tempo em diversos aspectos: cultural, político, social e educacional.
Palavras-chave: Anayde Beiriz; A escrita de si; Paraíba; Século XX.
Marcondes, Anaide Beiriz formada pela escola Normal Oficial do estado da Paraíba e depois lecionou na escola Colônia de Pescadores Z-2 Epitácio Pessoa, em Cabedelo. Quais fontes permitem pensar as práticas pedagógicas exercidas por Beiriz no ambiente escolar?
ResponderExcluirBoa noite, Juciene.
ResponderExcluirNão tive acesso as fontes concernentes as práticas escolares de Beiriz. O texto foi desenvolvido em uma disciplina e em que a proposta foi pensar as fontes produzidas pelo sujeito. Mas sobre este tipo de fonte não localizamos, somente as que constam no resumo. Caso saiba de alguma, poderia comentar.