RESUMO - MEDIAÇÃO EM PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Erick Emannoel de Oliveira Alves*
*UNP; UFRN - E-mail: erick.alves19su@gmail.com

A pesquisa se trata de um estimulo e conscientização ao público da importância do Patrimônio, e como ele se relaciona com a história e a memória do estado, com a finalidade ampliar a preservação e visibilidade dos mesmos perante a sociedade do estado, Em sentido etimológico, patrimônio advém de patrimonium, uma junção de “patri”, termo designador de “pai”, com “monium”, que exprime “recebido”, para referir-se à “herança”. Desde a noção mais antiga que manifesta o desejo de transmitir os bens da família, até a noção mais contemporânea, que desenvolve a ideia de um patrimônio a ser transmitido para as gerações futuras, nota-se como o conceito é uma construção social.    Mas como isso se aplica na história? esse patrimônio, se mantém vivo graças às práticas de memória que os revestem em nome de um “investimento de identidade" a ser transmitido. Vários são os horizontes a serem explorados em diferentes escalas – internacionais, nacionais e locais – que atravessam os bens culturais. Aqui no RN grande é a lista desses monumentos, sejam eles materiais ou imateriais, como a Catedral velha, Beco da lama, praça André de Albuquerque e a conhecida ginga com tapioca. Cada um desses citados contam uma história, seja através da memória coletiva do estado, documentação ou de sua arquitetura, o que não se nega é que de fato, ensinar sobre esses é automaticamente ensinar sobre a construção da identidade do estado.    E como essa mediação pode ser feita? Convém ressaltar que a proposta de “educação patrimonial” do próprio Iphan pressupõe um conhecimento de várias noções de patrimônio, essa mediação não é somente realizada por agentes do serviço público entre os “solicitantes” e os “atingidos” pelas políticas de preservação. Pode ser feita por alguém que se envolva em processos educacionais, nos espaços formais ou informais, como escolas, museus, pontos turísticos da cidade e associações comunitárias, que tenham foco no patrimônio cultural, A pesquisa chega algumas conclusões de como se mediar esse conhecimento: Problematizar sua construção, enfatizando a ação dos sujeitos envolvidos em sua construção; Discutir os processos sociais e históricos que o geraram: busca enfatizar as atribuições de valor acionadas nas operações de patrimonialização como uma forma de desvelar suas experiências; Sob suspeição uma perspectiva do processo educativo que oponha educadores e educandos como esclarecidos e não esclarecidos: importa para desestabilizar certezas, através de indagações de valores atribuídos e/ou atribuíveis ao acervo patrimonial;  Valorizar as mais variadas instituições que o protegem e o dão visibilidade, reconhecendo as variadas contribuições dos profissionais que neles atuam.

Palavras-chave: Palavras chaves; Patrimônio; memória;  identidade; mediação.

Comentários

  1. Bruna Liana Teza Canarin23/08/2020, 18:04

    Erick,
    Como tem se desenvolvido a pesquisa e a conscientização do publico, sobre a importancia do patrimonio histórico?

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    1. Olá Bruna, a pesquisa trabalha com duas perspectivas nesse sentido. Primeiro é facilitar o acesso e o conhecimento dos patrimônios aqui no estado para a população, através do ensino da função da preservação das memórias individuais e coletivas do do estado , outro aspecto se vai partindo de um ponto de dar visibilidade e valorização dessa área através de que o governo possa enxergar o patrimônio histórico com outros olhos, o usando para turismo e fazendo as necessárias medidas de preservação. Outra busca é por identificar e notificar outros prédios ou monumentos que ainda não tenham sido tombados pelo IPHAN, para que esse possa ser protegido.

      Erick Alves

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  2. Tendo em vista formas de mediação entre a questão patrimonial e a História ensinada, como você enxerga o papel que o ensino de História Local pode desempenhar para a reflexão e/ou valorização de patrimônios culturais e, consequentemente, das identidades em seu entorno?

    Gabriel da Silva Freire

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    1. Olá Gabriel, grato pelo comentário, a pergunta é ótima, A história do RN tem um papel crucial para o aumento da valorização e preservação do patrimônio, Um acaba ajudando o outro, o patrimônio ajuda a contar e relembrar aspectos históricos recentes até os mais antigos, e o ensino da história do RN desperta o interesse em conhecer o patrimônio que pode representar aquele conteúdo. Veja um exemplo, como melhor aprender sobre os engenhos de açúcar do que visitando suas ruínas em vários lugares aqui no estado? A preservação é uma forma de ajudar a manter a memória e consequentemente a história viva e consequentemente se forma um processo de identidade com o estado e sua memória muito mais forte.

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  3. O antigo Hotel Reis Magos teve sua demolição concluída recentemente. Quando perguntados sobre o que achavam de tal ação, muitos moradores da região próxima à construção apoiaram e afirmaram que ele não servia mais para nada e, portanto, seu único destino era ser derrubado. Diante disso, é possível concluir que a opinião expressada por esses moradores se deve à falta de identificação com o local e, portanto, a dificuldade em reconhecer tal construção também como um patrimônio deles? Dessa forma, em sua opinião, como é possível fomentar uma consciência social de valorização memorial e patrimonial na população para que esse episódio não se repita com outros monumentos potiguares?

    Ancherlle Fernandes da Silva Filho

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    1. Sim!! A análise foi feita de forma correta, de fato a demolição foi uma perca da qual não podemos mensurar, e ele ser demolido é uma prova da necessidade da amplitude de um projeto para ensinar sobre a história do estado aliado a preservação dos nossos monumentos, só através dessa aliança pode se começar a ter de fato um processo de identidade na população, que ela identifique com sua história e com suas próprias memórias. O monumento não estava sendo resguardado, e sim abandonado, esse é um ponto interessante, a preservação não é abandonar o monumento, o hotel tinha condições com os profissionais certos de voltar a funcionar e ainda sim preservar sua arquitetura original, resguardando a sua beleza antiga junto a orla de Natal. Faço a reflexão, o que é mais belo, o antigo hotel se tivesse sido reformado, ou um prédio nos conformes atuais que são construídos? Quem dialoga melhor com nossas praias?
      Grato pelo comentário

      Erick Alves

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