RESUMO - GRUPO ESCOLAR JOSÉ EMÍLIO DE AGUIAR (O “BALANÇA”): UMA HISTÓRIA INSTITUCIONAL A PARTIR DE SUA ARQUITETURA (COROMANDEL-MG, 1961-71)

Suzele Sany Lacerda Alves*
Sauloéber Társio de Souza
*UFU - E-mail: suzelesanylaceralves@hotmail.com

O presente trabalho propõe reflexão sobre a arquitetura do Grupo Escolar José Emílio de Aguiar, enquanto componente fundamental na constituição identitária dessa instituição escolar localizada no interior do estado de Minas Gerais. Os resultados aqui apresentados são parte de pesquisa de mestrado realizada no campo da História da Educação, subárea instituições escolares, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A dissertação abordou o processo de criação e implantação desse grupo escolar enquanto parte da constituição histórica da educação primária da cidade de Coromandel-MG, e a verificação de sua representação social a partir da análise dos aspectos constitutivos de natureza identitária da escola. Os grupos escolares da segunda metade do século XX visavam atender as metas de democratização do ensino e da escolarização do povo. Para atender a grande demanda as instituições criadas nesse período apresentavam condições precárias de funcionamento, como no caso do Grupo Escolar José Emílio de Aguiar, terceiro grupo escolar dessa cidade mineira, instalado em 1961, sem prédio próprio, onde funcionou nos seus primeiros 15 anos. Esse prédio tinha tipologia colonial, construído na década de 1930 em madeira e adobe, funcionou como pensão, local utilizado para reuniões políticas, e depois serviu como residência, loja de tecidos e cadeia pública, antes de abrigar a escola. Chamado de “Balança mas não cai” ou simplesmente “Balança”, a edificação ganhou esta definição em razão de seu precário estado de conservação ao longo das década. Assim, essa estrutura improvisada marcou a identidade institucional desse grupo escolar, onde a precariedade do modesto prédio da escola corroborou para a formação de uma distinção social que caminha para a naturalização do conceito e representação de que o Grupo Escolar José Emílio de Aguiar era a escola das crianças pauperizadas. De acordo com Souza (2000) o edifício-escola concretiza uma representação do meio social a que pertence e quase sempre estabelece uma correspondência com a identidade daqueles que o frequentam.

Palavras-chave: Arquitetura Escolar. Grupo Escolar. Representação. Crianças pauperizadas. Coromandel-MG.

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