RESUMO - EU SOU ALFABETIZADORA: UMA HISTÓRIA AUTOBIOGRÁFICA DE CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE PROFISSIONAL
Anete Alves da Silva Nogueira*
Fredy Enrique González
*SEEC-RN - E-mail: anetenogueira@yahoo.com.br
Nesta pesquisa se faz um mergulho na história da formação das alfabetizadoras que atuaram nas diversas experiências de alfabetização que têm acontecido no Rio Grande do Norte a partir do Movimento de Alfabetização Solidaria – ALFASOL (Barreyro, 2010; Matos, 2005; Silva, 2008), desenvolvida no Brasil no marco das reformas educacionais adiantadas no contexto da política de descentralização adiantada na década de 90 pelo governo da época presidido por Fernando Henrique Cardoso. Sua intenção principal é caracterizar o processo de construção da identidade profissional da autora que assume seu posicionamento como alfabetizadora se reconhecendo como tal, para si e para outros no seu campo de desempenho laboral. Nos referenciais teóricos assumimos os conceitos sobre identidade profissional expressos por Dubar (2012), Silva; Aguiar; Monteiro (2014). Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa (Bicudo, 2020), de natureza autobiográfica (Passeggi, 2020; Ferraroti, 2014). A informação foi obtida de três fontes: testemunhal, documental e empírica. A primeira é expressada pela narrativa autobiográfica (Formenti, 2008) da autora que, baseando-se nas suas lembranças, recordações e rememorações, consegue identificar no percurso da sua trajetória de vida, os incidentes que lhe conduziram a se converter na alfabetizadora que ela é hoje. Para a segunda se faz uma leitura crítica de documentos que dão conta dos processos de formação de alfabetizadores e das políticas públicas sobre alfabetização implementadas no Rio Grande do Norte. A terceira fonte foram as textualizações elaboradas a partir de entrevistas qualitativas (Sionek; Assis; Freitas, 2020), realizadas a parentes próximos e outras alfabetizadoras. Na análise da informação foi aplicada a estratégia de imersão e contemplação hermenêutica (González, 2009). A pesquisa ainda está em andamento. Mas resultados de reflexões preliminares nos permitem sinalizar que a identidade profissional é um processo histórico e socialmente condicionado, que se inicia no próprio lar, se desenvolvendo em várias etapas: sensibilização, despertar da vocação, formação, conscientização, confirmação e identificação.
Palavras-chave: Alfabetização Solidaria; Desenvolvimento Profissional; Pesquisa Narrativa.
Quais as principais dificuldades enfrentadas na pesquisa?
ResponderExcluirA pesquisa ainda está em andamento, encontramos dificuldade na realização das entrevistas, devido ao momento de isolamento social. Anete nogueira
ExcluirOs responsáveis pela pesquisa utilizaram algum banco de dados para organizar as diferentes fontes utilizadas para dar força à pesquisa? Dado o caráter biográfico da pesquisa, bem como a utilização da oralidade, quais são os principais referenciais teóricos para o desenvolvimento da pesquisa?
ResponderExcluirAna Clara Pontes de Araújo
A pesquisa está em andamento, estamos aos poucos organizando dados que nos darão sustentação. Aqui listo alguns referenciais que estamos usando no desenvolvimento do trabalho acadêmico: Josso, Ferrarotti, Nóvoa, Bicudo, Fredy González, Passeggi, Villegas , dentre outros que estão no resumo submetido no evento. Anete Nogueira
ExcluirOlá, acho essa temática muito interessante, venho lendo alguns matérias sobre pesquisas (auto)bibliográficas para pensar formação de professores e as metodologias que são necessárias para esse tipo de abordagem. Gostaria de saber de onde surgi o anseio da escrita a traveis de suas vivências ? E se isso modificou sua forma de escrever ?
ResponderExcluirMaria Luiza Dantas Lins
ExcluirNas discussões no grupo de pesquisa, pude perceber com mais clareza que os acontecimentos do meu cotidiano podem me levar a refletir, surgindo questionamentos que nos leva a pesquisar nossa sociedade, visto que somos um reflexo dela e a partir daí posso construir conhecimento social com minhas narrativas, baseada na minha singularidade.
ExcluirModificou sim, minha forma de escrever, confesso que estou aprendendo a registrar minhas vivencias, por ter descoberto o campo das narrativas a pouco tempo.
ResponderExcluirSou filha de professora alfabetizadora, e tenho muito orgulho da trajetória profissional realizado pela minha mãe, hoje professora aposentada. Achei muito interessante a utilização da biografia para caracterizar o processo de construção da identidade profissional das alfabetizadoras. É uma oportunidade de valorizar esses profissionais articulando suas experiências, bem como uma maneira de divulgar a valorosa contribuição dessa fase da Educação Básica. Por que os professores alfabetizadores não são valorizados com políticas públicas de melhorias?
Joelma da Costa Aranha Hortêncio.
Olá, levando em consideração todas as dificuldades encontradas em todas tipos de pesquisas, me peguei em dúvida sobre a questão do autobiográfico. Onde você uniu com as fontes documentais e empíricas. minha dúvida é quais as dificuldades em si colocar na própria pesquisa, em autobiografar junto com as demais fontes?
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