RESUMO - ENTRE A FILANTROPIA E O PODER LOCAL: COLÉGIO SALESIANO DO RECIFE

Jaqueline Calixto dos Santos*
Erika Ferrez Araújo
*UFPE - E-mail: jaqqline@hotmail.com

Este artigo insere-se no campo da História da Educação e teve por objetivo delinear o modelo educacional posto em prática pela congregação religiosa dos Salesianos na capital pernambucana, sobretudo no que se refere a educação assistencialista e ensino profissionalizante que esta congregação oferecia a crianças e jovens pobres e/ou órfãos. O recorte temporal da pesquisa abarcou os anos de 1892 a 1906, que correspondem as primeiras sondagens para a vinda dos padres salesianos à capital pernambucana e que culmina com o lançamento do Estatuto do Colégio.  Considerando que a congregação Salesiana anunciava se constituir como um instrumento educativo considerado inovador para época, pelo fato de atender as camadas populares, buscamos responder a alguns questionamentos, com base na análise de documentos e jornais da época. Tais questionamentos foram: como se deu a prática educativa desenvolvida na cidade do Recife? A educação oferecida pelos salesianos trabalhou com a mesma igualdade entre os alunos carentes e os filhos das “pessoas gradas da sociedade recifense”? Como se configurou a construção do currículo escolar da ordem Salesiana na cidade do Recife? Com a conclusão da pesquisa ficou evidente, através das análises realizadas, a segregação da educação oferecida pela Ordem Salesiana, que atendeu com maior ênfase a escola de ensino formal frequentada por alunos oriundos da elite local. Percebemos ainda, que a escola de aprendizes destinada a jovens carentes, principal referência do trabalho desenvolvido pelos Salesianos ao redor do mundo, apresentou gradativos sinais de enfraquecimento perante o ensino primário e secundário também ofertados nas instalações do colégio.

Palavras-chave: Salesianos; Assistencialismo; Educação.

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