RESUMO - “ENSINAR HISTÓRIA COMO SE FAZ HISTÓRIA”: REFLEXÕES SOBRE A CONCEPÇÃO E ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS POR MEIO DO MÉTODO HISTÓRICO PARTINDO DE PROCESSOS CRIMINAIS E QUESTÕES DE GÊNERO
Francisca Rafaela Mirlys da Silva*
*UFRN - E-mail: rafaelamirlys@gmail.com
“Ensinar História como se faz História” foi um projeto de monitoria, executado entre os anos de 2017 e 2019, cuja percepção principal era de que o ensino de história parte dos mesmos princípios da pesquisa histórica (tem objetivo, análise de fontes, pressupostos teórico-metodológicos e construção de uma narrativa). Para tanto, buscava-se experimentar estratégias de formação docente diferenciadas; aproximar conhecimento teórico e atividades práticas utilizando a metodologia da pesquisa histórica como referência; articular conhecimentos escolares e práticas sociais. Para concretizar essa perspectiva, bolsistas, voluntários e coordenadoras (cerca de 10 pessoas), desenvolveram materiais e sequências didáticas a partir de processos criminais, de São José do Mipibu, do século XIX - envolvendo sujeitos negligenciados pela escrita tradicional, como mulheres, negros, escravizados, pobres -, disponibilizados pelo LABIM/UFRN - Laboratório de Imagens. O produto final deste projeto foi a elaboração de dois catálogos (um sobre negritude e um sobre mulheres) voltados para a educação básica e formação inicial. Com base na legislação brasileira referente à educação, foram produzidas três sequências didáticas e dois produtos que tratam a condição da mulher na sociedade de forma a buscar desnaturalizar as situações de opressão sofrida por causa de questões de gênero, contribuindo assim, para a formação docente. A análise dos processos criminais (fonte escolhida para esse trabalho) possibilita, sob a lógica do paradigma indiciário, investigar a vida das mulheres menos abastadas, cujos registros são menos densos se comparados aos das classes mais privilegiadas. Além disso, como pressuposto teórico utilizamos os conceitos de cultura e experiência, de E. P. Thompson. Por fim, esse trabalho desenvolvido ao longo desses anos foi fundamental para escolha do recorte do meu trabalho para o mestrado acadêmico em História, que consiste em procurar compreender o cotidiano feminino das mulheres, majoritariamente pretas e pobres, de São José do Mipibu, durante a segunda metade do século XIX, por meio do uso do método indiciário para compreender os processos criminais que são a fonte primária de minha pesquisa.
Palavras-chave: Ensino; História; Fonte; Formação; Gênero.
Olá, acho incrível seu trabalho em utilizar acervos que estão disponíveis para fortalecer o Ensino de História a partir de seu método, utilizando um acervo do seu estado é uma forma de aproximar as discursões dos alunos.
ResponderExcluirVocê conseguiu aplicar esses matérias em alguma sala sala de aula ?
Maria Luiza Dantas Lins
Olá, Maria! Obrigada pelas considerações!
ResponderExcluirSim, eu consegui aplicar dois desses materiais em sala de aula e em eventos de formação de professores.
Em ambos os casos a resposta ao material foi muito boa.
Olá, Rafaela! Muito interessante mesmo o seu trabalho! No resumo você fala que houve a elaboração de dois catálogos, eles estão disponíveis ao público? Onde podemos encontrá-los?
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