RESUMO - CURRÍCULOS DE HABILITAÇÕES DO ENSINO DE 2° GRAU NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ENTRE 1971 E 1996

Nara Lidiana Silva Dias Carlos*

Ilane Ferreira Cavalcante; Olívia Morais de Medeiros Neta

*UFRN - E-mail: naralid@yahoo.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar currículos das habilitações do ensino de 2º grau dos anos de 1971 a 1996, para entender até que ponto as teorias dos currículos que vigoraram nesse período interferiram no espaço da educação pública do estado do Rio Grande do Norte. Partimos do pressuposto que a história se constrói de forma dialética, assim, educação tanto interfere e constrói de maneira direta na história local quanto sofre as mudanças sociais que ocorrem fora de seu âmbito. Logo, essa análise possibilita compreender como o ensino de 2º grau, a partir de seus currículos, transparecem a relação da educação e de seus sujeitos com o tecnicismo, o behaviorismo, a teoria de Bobbitt (2004), assim como com o mercado de trabalho. Trata-se de uma pesquisa que teve por base a revisão bibliográfica e a análise documental, com fontes obtidas na Secretaria de Estado da educação e Cultura do Rio Grande do Norte. Diante do número de habilitações que se constatou durante o estudo, foram selecionados os currículos de três: Técnico em Contabilidade, Auxiliar de Escritório e Magistério. Essa escolha ocorreu por causa da quantidade bastante expressiva de oferta que essas habilitações tiveram, estando presente em todas as mesorregiões do Rio Grande do Norte. No processo de compreensão do objetivo de estudo, questiona-se: os currículos das habilitações do ensino de 2º grau sofreram interferência das teorias dos currículos tradicionais da época? Quais foram elas e como se dava essa relação? Diante dos resultados obtidos, citamos aqui breves considerações como: uma notável falta de diálogo entre as disciplinas da Formação Geral e o núcleo denominado pelos documentos de Formação Especial. Também se verificou forte ênfase em teorias tecnicistas que vigoravam à época, voltadas para o atendimento ao mercado de trabalho. As fontes ainda indicam que esse modelo curricular aumenta a dualidade educacional que se revela a partir da dualidade social própria do modo de produção do capital. Dessa forma, colocamos a importância do estudo dos currículos como um espaço de poder, que se molda a depender do tempo e sociedade, interferindo de maneira direta na formação do corpo social.

Palavras-chave: Currículo; Ensino de 2º grau; Educação profissional; História da Educação.