RESUMO - AUTORIDADE OU AUTORITÁRIO? REFLEXÕES A PARTIR DO ESTÁGIO DE REGÊNCIA EM HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
Jaciel Rossa Valente*
*PUC-PR - E-mail: jacielvalente@gmail.com
O presente artigo parte de uma experiência de indisciplina ocorrida em uma sala de 6°ano durante o estágio de regência. Destarte, estabelecemos como problemática norteadora: o caso evidência algo para além da indisciplina? Almejando uma resposta, nos propomos a selecionar aspectos dessa indisciplina; revisar a bibliografia de experiências em estágios; e realizar uma autoavaliação da regência. A situação então foi delimitada e enquadramos como um caso. De tal modo que a metodologia foi pautada no método estudo de caso explanatório segundo Lukosevicius e Guimarães (2018). Concomitantemente, empregamos a revisão bibliográfica temática (SEVERINO, 2007), os fichamentos de citações (ANDRADE, 2009) e o debate hermenêutico de investigação historiográfica (BARROS, 2013). Como resultado da pesquisa chegamos a três linhas gerais. Primeiro, o caso analisado se configura como um ato de indisciplina. Esse ato é também um ato de violência que ocorre dentro da escola. Segundo, a indisciplina evidenciou uma contestação da autoridade docente. De acordo com a bibliografia levantada, constatou-se que a autoridade caiu em descrédito na modernidade. Afunilando o debate entorno da autoridade, desembocamos em dois conceitos centrais, a autoridade liberal e a autoridade autoritária. Com essa diferenciação conceitual, fizemos uma autoavalição da regência, resgatando aspectos do caso e do contexto geral da sala de aula. Questionando nossa postura dentro da sala do 6° ano e com base nos elementos levantados a partir do caso analisado, concluímos que estávamos exercendo uma autoridade autoritária. Sendo assim, a indisciplina constatada se reconfigurou como uma reação a autoridade autoritária exercita por nós dentro da sala de aula. Por fim, as considerações finais do estudo foram a pertinência de parar para pensar sobre as experiências exercidas no dia-a-dia na sala de aula. Assim como a ligação entre experiência, teoria e reflexão, desembocando na formulação de conhecimentos sistematizados e públicos para outros docentes. Concluiu-se com indicações de como evitar a autoridade autoritária e a indisciplina dentro da sala de aula.
Palavras-chave: Ensino de História. Autoridade. Autoritário. Experiência.
Adorei a temática. é preciso refletir sobre a autoridade e a indisciplina na educação brasielira.
ResponderExcluirConcordo que essa temática é importante para o meio acadêmico e para o dia-a-dia nas escolas.
ExcluirAdorei a temática. é preciso refletir sobre a autoridade e a indisciplina na educação brasielira.
ResponderExcluirÉ uma temática bastante pertinente, pois é visto que precisa ter autoridade em sala, mas com o decorrer dos conflitos, indisciplina, essa autoridade vai se tornando, sem perceber, autoritária.
ResponderExcluirNo decorrer do processo educacional somos levado a normalizar e justificar certas ações. A autorreflexão se mostra necessária de ser implementada periodicamente para diminuir casos autoritários. Além disso, uma autorreflexão sempre é pertinente para fortalecer a autoridade docente e seus mecanismos de conservação.
ExcluirA escola foi construida sob a egide do ser o lugar onde todos iriam aprender e se tornariam sujitos iguais no conjunto de oportunidades de acesso a sociedade letrada. No entanto no decorrer do tempo histórico essa escola dos iguais vai deixando seu lugar para se tornar a escola das diferenças. A que podemos atribuir tais mudanças?
ResponderExcluirTelma Bonifacio dos Santos Reinaldo
Muito boa sua colocação Telma B. dos S. Reinaldo. Podemos atribuir diferentes fatores para essa mudança, os quais variam de acordo com o lugar e o tempo. Importante pontuarmos que não foram em todos os lugares que as escolas passaram a ser hierarquizadas e acabaram segregando em diferentes graus de oportunidades de acesso e de ensino. A exemplo temos o sistema escolar da Finlândia que se pauta no nivelamento de qualidade e acesso das escolas. Porém, o cenário do Brasil é justamente essa hierarquização que resulta em diferentes acessos, oportunidades e qualidade de ensino. Indicaríamos dois fatores que consideramos principais: a falta de investimento governamental e abertura do ensino para empresas privadas. O primeiro fator é claro e sintético, a falta de investimento resultada em escolas precárias, professores desmotivados e alunos com um horizonte de expectativas limitada. Já o segundo fator é mais complexo. Quando ocorreu a abertura do ensino privado no Brasil, o desnivelamento de qualidade foi inevitável. Famílias com melhores condições financeiras passaram a destinar seus filhos a escolas privadas. Destarte, resultou em um precipício entre grupos de condições financeiras distintas.
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